3 de Maio de 1799
Fui, hoje, ao teatro e achei a casa cheia. O tecto era pequenino, mas bem decorado, o tecto da platéia e camarotes era justamente uma meia-laranja, ou o côncavo de um hemisfério. A construção da casa, arranjamento de escada, etc., era tudo muito mau. Os actores, melhores que os de Filadélfia, e a orquestra bem arranjada, ainda que sem cravo ou forte piano. As ordens de camarotes eram sem colunas, que dividem uns dos outros, o que não é estimado aqui, mas eu achei muito lindo, porque faz cada ordem de camarotes uma espécie de varanda, toda ao redor, muito engraçada. Antes da peça, se representou um entremez, chamado a preparação para a esquadra, pequena coisa dedicada ao obséquio do Presidente. A cena era uma taverna: uns poucos de marinheiros juntos se embebedam; um, muito jogador, que tem perdido até a sua roupa, é convidado para esquadra, e ele aceita, depois que um oficial de mar lhe tem dado dinheiro para comprar roupa; no meio de bebedices fazem a saúde do Presidente e cantam, etc. Daqui se vê com quanta razão eu tomei por uma sátira ao Presidente esta pequena, antes que soubesse que tinha sido um obséquio dirigido pelos homens do seu mesmo partido.
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