2 de Agosto de 1799

Os americanos que se vão estabelecer no interior fazem uma casa em dois dias, cruzando os paus, que tem cortado em 24 horas, bem como uma pilha de madeira, enchem-lhe os intervalos com barro, e passam a morar nela; derrubam o mato que lhe fica ao redor, queimam- no para limpar as terras, mas, ao mesmo tempo, aproveitam as cinzas, de que fazem potassa, que mandam vender à povoação mais próxima, e cujo produto lhe vem em ferramenta para cultivar a terra; passam imediatamente a plantar trigo e milho que lhe dá mantimento para casa e alguma coisa para vender, e com alguns animais e aves, que criam, neste ano, se põem estado de que no fim do segundo ano fazem a sua casa de madeira, ao modo americano, o que é obra de um mês até dois, pagam o preço das terras que lhe tinham sido dadas a crédito; e eis aqui, em quatro ou cinco anos, um farmer que vive muito confortable, como eles dizem, e que, se é um homem de indústria, é um membro da assemble, e um respectable citizen.



Gordonia lasianthus: a densa folhagem verde escura com rácimos de flores brancas odoríferas, sobre grandes elásticos pedúnculos, fixos nas extremidades dos ramos, no pé das folhas, e renovadas todas as manhãs, e em tal quantidade que a árvore parece toda prateada, e o chão tapizado com as que têm caído. Continuamente deita novos rebentões, e no inverno, e primavera, as folhas, que têm três anos de idade, começam a mudar de cor, tornando-se de verde por um amarelo cor d’oiro, tomando depois a cor escarlate, e, por fim, carmesim, ou purpúrea escura; poucos dias depois, deixam a árvore; assim se pode dizer que a Gordonia lasianthus muda o seu ornato todas as manhãs pelo ano adiante, aparecendo todos os dias com novo fausto, com decorações frescas. Depois de passada a primeira florescência, há uma outra camada de flores raras em várias partes da árvore, que se renovam quase todos os meses do ano. A sua habitação ordinária é pelas margens dos lagos, de pouca água, ou lugares úmidos e arenosos, mais próximos da água que outra nenhuma árvore, de sorte que, nas estações secas, as suas longas, asserpentinadas raízes, que correm horizontalmente próximas da superfície da terra, podem com facilidade obter a umidade que esta árvore precisa. Quando esta árvore tem chegado ao seu perfeito estado de crescimento tem 60, 80 e 100 pés de altura, formando uma longa pirâmide. O pau é empregado para os mais preciosos móveis, e tem uma linda cor de canela, com veios de várias cores. A parte interior da casca é usada na tinturaria, uma avermelhada-castanha, e tinge bem lã, algodão e linho, e também empregado avantajosamente nos curtumes.


O cactus opuntia (Bartram’s, p. 163) é muito alto, erecto e assaz forte para sofrer o peso de um homem; alguns têm 7 e 8 pés de comprido. O todo desta planta, ou árvore, é formado de articulações ou folhas ovais carnudas, compressas. As que ficam próximas à terra crescem continuamente, engrandecendo-se e adquirindo a consistência lenhosa quando a árvore se avança em anos; esta parte perde por fim a cor verde, que tinha, e o polido da superfície, ficando com uma casca escabrosa, esbranquiçada. Quase toda a planta é destituída de acúleos que se acham na erumbeba ordinária (commnon dwarf Indian-fig). O insecto da cochinilha se sustenta sobre estas folhas; a fêmea deste inseto é grande e carnuda, coberta com uma espécie de pêlo ou cotão branco que está quase sempre molhado ou humedecido, e parece designado pela natureza para o proteger do violento calor do sol; o macho é muito pequeno em comparação da fêmea, e pouco numerosos, tem cada um duas asas transparentes oblongas. As grandes flores polipétalas são produzidas nos gumes das últimas folhas; são de um amarelo esplêndido, e sucedidas por um grande fruto da configuração de uma pêra, que, quando está maduro, é de cor de púrpura lívido ou arrouxado; a polpa deste fruto tem grande quantidade de suco carmesim transparente, e o gosto é fresco e agradável, alguma coisa semelhante ao da romã. Pouco depois de comer este fruto, a urina se torna carmesim, o que admira e assusta aos estrangeiros não acostumados a este fenómeno, mas que não tem alguma consequência funesta, pelo contrário, os nativos julgam saudável este fruto, e um poderoso diurético

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