12 de Dezembro de 1798

Velejamos, ontem, pelas 10 horas da noite, e fundeamos hoje pelas 7 da manhã duas milhas acima de Chester. O gelo é tanto a correr pelo rio abaixo que o capitão teme que lhe corte a amarra. Com bastante custo em quebrar a neve, demos a vela ao meio-dia, e fundeamos, ou, para melhor dizer, nos amarramos a um marachão que há no mar (Pier), ao pé do forte Miflin, uma fortificação que está sobre uma ilhota, no rio, cinco milhas distante da cidade; constam de três baterias, postas sobre muralhas de pedra de duas braças de altura: uma bateria olha para a parte do rio, ou canal por onde passam as embarcações, outra faz frente para a parte de terra, e outra, para a parte de baixo do rio; sendo a terra muito baixa, e tendo as muralhas só duas braças de altura, as baterias fazem fogo quase ao lume d’água; dentro há um rebelim um pouco mais elevado, onde está um alto pau de bandeira com que se fazem sinais para a cidade; para a parte superior do rio, tem uma esplanada; a fortificação toda é cercada com fosso, porém, o tempo de inverno é este inútil porque o gelo serve de outras tantas pontes para o vadear. Este forte, de donde os ingleses, na última guerra, fizeram grande estrago cortando toda a comunicação com Filadélfia e a barra, serve hoje muito pouco. Na terra firme dele há um hospital cujo médico é o que faz a visita da saúde aos navios; aqui, fomos obrigados a passar a noite; primeiro, porque não veio o tal médico, e se o navio passar sem sua licença, para o capitão 300 dólares de multa; 2º, pela muita neve; 3º, porque não havia vento.

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