8 de Dezembro de 1798

Pelas 5 da manhã, levantamos ferro e fomos para cima, ajudados da maré. Filadélfia dista do cabo Henlopen 140 (segundo o piloto da Barra) ou 160 (segundo o capitão) milhas. O Delaware é chamado baía até certa altura, até Bambyhook, pela grande largura que tem; tem esta baía muitos baixios, mas tem um canal bom para os navios, bem providenciado com bóias, que tem seus nomes: a primeira se chama boy of brown, a segunda, brandy boy, etc., apesar do que vão constantemente deitando o prumo, e tem 8 ou 9 braças, e algumas vezes 10. Hoje vi os diferentes certificados e despachos que o capitão trazia (que eram conforme os modelos do Voyageur Americain), e na atestação que o cônsul americano em Lisboa Mr. Bulkeley(1) lhe passou para mostrar que a propriedade da carga era americana; vinha o reconhecimento do Ministro da República Francesa em Lisboa e se chamava Antônio Lafargue, e se intitulava encarregado de negócios pela República para a troca dos prisioneiros; e selou a atestação ou reconhecimento da firma explicando o nome, isto é, um A e um L entrelaçados. Pelas 9 da noite fundeamos para esperar maré.


(1) nota de GS: trata-se de Thomas Bulkeley, consúl em Lisboa (18/07/1797 a 21/05/1801), comerciante, genro do primeiro consúl norte-americano na capital portuguesa, David Humphreys

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