1 de Julho de 1799
Toda esta lacuna no meu diário é cheia por dias bem desagradáveis, pois que, não tendo observações que fazer aqui, devia partir, e não posso. Depois da destruição do comércio dos holandeses, nesta guerra, os americanos taxaram de suprir a Europa com o azeite de baleia e se tem empregado muito nesta pesca, que a fazem na costa do Brasil.
É de Nantuket – esta povoação está em uma ilha que pertence ao Estado de Massachusetts – , principalmente, que estes navios se mandam, pois que o povo daquele lugar é muito dado às pescas. Os negros forros, aqui em New York, fazem algumas vezes assembleias com tanto luxo que a negra que vai a pé por não ter carruagem é mal olhada.
Os issinglass não se fabricam na América, ou ao menos é muito pouco; faz-se do huso ou Issinglass fish raras vezes para menos que 50 toneladas e muitas vezes mais de 100; a sua carne é glutinosa.
O modo de o fazer é: tiram-lhe a pele, as entranhas, as barbatanas e o rabo, e cortam isto em pequenos bocados; maceram-se depois em uma suficiente quantidade de água quente, e se fervem depois a fogo brando, até que se dissolvam e se reduzam a consistência de geléia. Esta geléia se espalha sobre tabuleiros, e, quando esta seca, toma a configuração de pergaminho, então se corta em porções que se enrolam e se exportam.
Servem-se também de outro peixe que é o sun-fish, e provavelmente lhe misturam todos os peixes cartilaginosos da água doce: aparecem nos rios da América em maio, junho, julho. É uma espécie de sturgeon, que me lembra ver no Rio Grande a que chamam boto.
Esta manufactura está desanimada na América (assim como muitas outras) pela carestia da mão-de-obra, que faz com que os russos possam fornecer este artigo muito mais barato que os americanos, por conseqüência, não lhe faz conta o fabrico.
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